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Intrigas no Reino de Allah

Há dez anos, em 2013, a Folha de São Paulo estampava a manchete: "Clérigo brasileiro xiita que estudava no Irã é deportado". Do anonimato, o jovem de 27 anos passou a ser objeto de curiosidade e perseguição.


Primeiro brasileiro a se formar nas rígidas escolas religiosas xiitas do Irã, Rodrigo Jalloul se converteu ao Islã no Brasil e foi convidado a estudar em Qom, onde se formaram as maiores autoridades religiosas do Islã xiita, como os aiatolás Khomeini e Khamenei.

Durante os anos em que esteve no Irã, conviveu com o sheik Mohsen Rabbani — acusado de ser o autor do atentando terrorista à AMIA, em Buenos Aires, em 1994 — e com diversas lideranças religiosas. Envolvido numa ardilosa trama política, passou a trabalhar com o serviço de inteligência iraniano.


Após a deportação, sofrendo boicote da comunidade xiita no Brasil e dos iranianos, Rodrigo foi obrigado a trilhar seu caminho sozinho. Desde a construção de seu Centro Islâmico na zona leste de São Paulo até o reconhecimento de seu trabalho com os moradores de rua — o que o aproximou do padre Júlio Lancellotti —, sempre esteve envolvido em polêmicas.
Em 2021, já reconhecido como liderança religiosa islâmica e defensor dos Direitos Humanos, decidiu revelar como foi sua vida no Irã, sua relação com as lideranças xiitas e os bastidores de sua deportação. Um relato corajoso e com riscos

Rebeldia: Minha Fuga da Arábia Saudita Para a Liberdade

o início de 2019, após três anos de muito planejamento, Rahaf Mohammed finalmente escapou de sua família abusiva na Arábia Saudita, mas, ao chegar a Bangkok, teve o passaporte confiscado. Se fosse forçada a voltar para casa, ela sabia que seria morta, assim como aconteceu com outras mulheres rebeldes em seu país. Enquanto os homens esmurravam a porta de seu quarto de hotel, Rahaf postava o suplício no Twitter. A adolescente pediu ajuda ao mundo, e o mundo reagiu ― em um dia, ela ganhou 45 mil seguidores, que a ajudaram a conseguir asilo no Ocidente. Neste livro, Rahaf Mohammed conta sua admirável história, revelando as verdades ocultas de seu país inescrutável, onde mulheres jovens crescem em um sistema opressor, sob o controle de um responsável do sexo masculino. Criada em uma família abastada, mas obrigada a ser submissa aos parentes, Rahaf enfrentou uma infância abusiva, pautada pela opressão e pela farsa. Rebeldia narra as experiências de Rahaf na rede clandestina de fugitivas sauditas ― que, por meio de códigos, trocam ideias de como escapar das violências de sua terra natal ― até a chegada ao Canadá. Este é um livro de memórias arrebatador, que nos mostra a trajetória de uma mulher determinada a conquistar a liberdade.